“Missão é
partir, caminhar, deixar tudo, sair de si, quebrar a crosta do egoísmo que nos
fecha no nosso Eu.
É parar de dar volta ao redor de nós mesmos, como se fôssemos o centro do mundo e da vida.
É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior.
Missão é sempre partir, mas não devorar quilómetros.
É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los.
E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então Missão é partir até os confins do mundo." D. Hélder Câmara
É parar de dar volta ao redor de nós mesmos, como se fôssemos o centro do mundo e da vida.
É não se deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos: a humanidade é maior.
Missão é sempre partir, mas não devorar quilómetros.
É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los.
E, se para encontrá-los e amá-los é preciso atravessar os mares e voar lá nos céus, então Missão é partir até os confins do mundo." D. Hélder Câmara
Queridos Irmãos e
Irmãs,
Com esse pequeno
texto de Dom Hélder Câmara, falo um pouco da minha experiência como sacerdote
em uma porção da grande messe do Senhor. Com pouco tempo de ordenado fui
convocado pela comissão organizadora da peregrinação de Nossa Senhora da
Piedade nas paróquias da Diocese de Cajazeiras / PB que celebra o seu Centenário
para acompanhar a imagem à Paroquia de Santa Helena / PB onde algumas das
primeiras irmãs fizeram também missão com alguns missionários italianos que
passaram nesta cidade.
A experiência
foi muito tocante e forte, pois me encontrei com a miséria humana e não mais
sendo uma ovelha no rebanho, mas agora um sacerdote. Rezei diferente e busquei
acolher em meus braços e nas minhas mãos a humanidade ferida, sofrida, mas
esperançosa por reparação e um abraço de misericórdia que restaura e renova. E
sendo pastor, saí à procura dos rostos de minhas ovelhas outrora machucadas
pela dor da separação, pela infidelidade, pelos males que afetam e ferem o
coração, pelas vitimas das drogas, da prostituição, do aborto, da rejeição e de
tantos outros males que ferem e desfiguram cada vez mais os rostos de tantas
ovelhas desfavorecidas das bênçãos e graças de Deus.
A vivência do
carisma nesta peregrinação mim levou a contemplar o que o papa Francisco disse à
comunidade reunida para a solenidade de Pentecoste: “evangelizar jamais é um ato isolado”, mas “sempre eclesial” e reitera que uma comunidade é realmente adulta
se consegue sair de seu recinto para levar a esperança de Jesus também às
periferias. O sacerdote também é enviado pelas estradas do mundo para caminhar
com os irmãos, professando e testemunhando a nossa fé indo às verdadeiras
periferias do indiferentismo, do existencialismo, do materialismo, das
periferias do coração humano que sempre nos afasta do ideal e do centro da
missão profética e do grande projeto de anunciar e concretizar a verdadeira
Alegria do Evangelho e do Reino de Jesus Cristo a nós confiado.
Sem esquecer o
lema de minha ordenação, tento viver a cada dia o que firmei com Deus e com o
povo: “Em favor deles eu me consagro, afim de que também eles sejam
consagrados na verdade”. (Jo 17, 19) Assim busco concretizar o meu
sacerdócio servindo com amor àqueles que o Senhor mim confiou e assim, dando
continuidade ao sacerdócio de Cristo numa eterna aliança de amor que se renova
cada dia no Dom da Eucaristia, levo com os mesmos sentimentos de Cristo Pastor
o grande valor de ensinar o meu povo, de leva-los ao verdadeiro conhecimento do
grande exercício do amor na vida. O dom de santificar o meu povo, encaminhando
os corações a contemplar e saborear os bens que emanam do alto; aspirando aos
dons celestiais para uma vivência plena da nossa santidade aqui e agora. Por
fim, o de governar o meu povo, de cuidar, zelar, proteger e encaminhar sempre
os passos de minhas ovelhas no reto caminho da luz e da salvação.
Com zelo apostólico, continuo esse grande e
precioso ministério com a alegria do Santo Evangelho que preenche o meu coração
de bons e santos sentimentos e que me leva a enfrentar pequenos e grandes mares
agitados em favor dos necessitados, dos moribundos, dos que vivem no anonimato,
dos que não têm fisionomia humana e que chegaram a provar do pranto amargo de
uma vida não tão doce, dos que caem aos meus pés pedindo forças e luz para
continuar o caminho da vida e assim mergulho no mais profundo amor de Deus na
intenção de amenizar o sofrimento de Cristo que se faz presente em tantos
irmãos e irmãs.
Com este firme
proposito e sabendo que a Bem Aventurada Virgem Maria a Mãe de misericórdia vela
e reza por meus passos nesta grande messe de seu filho, busco como ela ser um
sacerdote que esteja atento aos suspiros, gemidos e choros dos irmãos e irmãs
nos grandes e inúmeros vale de lágrimas da vida. Com esse proposito também quero ser advogado
com olhos de misericórdia a olhar a miséria dos filhos e filhas de Eva e
encaminhá-los ao verdadeiro conhecimento do amor de Deus. Com sentimentos e
revestido de Cristo Pastor invoco as copiosas bênçãos dos céus para que sejam
derramadas abundantemente na vida de cada um (a) e como filho espiritual da
inesquecível Bem-Aventurada Mastena, deixo o meu carinho e peço que também
abençoe sempre o meu ministério sacerdotal para que seja pleno e fecundo pela
ação do Espírito Santo.
Na Luz da
Sagrada Face,
Pe. Francisco Sílvio Roberto de
Souza, RSF
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